5 motorizadas rebentam-se no Iraque...; A malta quer lá saber....;
As declarações de um obscuro diplomata Á al Jazeera dizendo que a politica americana havia sido estúpida é o que corre mundo.
Ramadão foi o mais violento da guerra
Responsável do Departamento de Estado acusou Administração de "arrogância e estupidez"
Os Estados Unidos poderão forçar o Governo iraquiano a tomar o controlo da segurança no país, substituindo as tropas americanas que neste momento exercem o papel mais preponderante na resposta à violência sectária que assola a região de Bagdad. Segundo avançava ontem o jornal New York Times, a Administração Bush já estabeleceu um calendário para o próximo ano, com datas concretas para o Governo do Iraque apresentar medidas referentes ao desarmamento dos grupos de milícias e avançar outras iniciativas políticas e económicas para a estabilização do país.
De acordo com o jornal, o calendário que está a ser desenhado pela Administração, e que por enquanto não passa de um rascunho, estabelece também uma série de penalizações no caso do Governo falhar na adopção das medidas preconizadas pelos americanos. Uma fonte do Pentágono, citada sob anonimato pelo Times, garantiu que o plano está a ser definido em estreita colaboração com as autoridades iraquianas. Mas acrescentou que "se os iraquianos falharem, os EUA terão de voltar a avaliar a sua estratégia".
A medida será mais uma forma de pressão sobre o primeiro-ministro Nouri al-Maliki, a quem o Presidente George W. Bush tinha garantido que não imporia prazos. Nos últimos dias, os dois têm mantido intensos contactos.
Sábado, a Administração esteve envolvida num dos mais importantes brainstormings dos últimos meses, uma reunião de emergência convocada para analisar a reacção aos últimos acontecimentos no Iraque: o aumento da violência já transformou o mês de Outubro no pior deste ano para as forças americanas, com 80 soldados mortos.
"Momento está a chegar"
O dia de ontem confirmou, ao mesmo tempo, o Ramadão deste ano como o pior da guerra: para além de um marine, morto em combate na província de Anbar, um triplo atentado diante de lojas muito movimentadas em Bagdad fez nove mortos, e a norte, em Baquba, a explosão de uma bomba matou 15 recrutas da polícia.
Duas das personalidades mais ouvidas no encontro de sábado (por videoconferência) terão sido o general George Casey, responsável pelo comando do exército americano no Iraque, e o embaixador Zalmay Khalilzad, que, juntamente com dirigentes do Pentágono, foram incumbidos de avaliar as datas e as metas do calendário proposto pelaAdministração a Maliki. "Estamos a tentar encontrar maneiras para os iraquianos se "chegarem à frente" e assumirem as suas responsabilidades, porque o momento está a chegar. Não podemos ficar no Iraque para sempre", desabafou um oficial que terá participado.
A Casa Branca escusou-se a comentar a notícia do matutino de Nova Iorque, esclarecendo apenas que o relato do jornal era "incorrecto". Ontem, o Departamento de Estado esforçava-se também para desmentir a tradução de umas declarações do seu director de diplomacia para o Médio Oriente, Alberto Fernandez, que numa entrevista à estação de televisão do Qatar Al-Jazira terá acusado a Administração de "arrogância e estupidez" na condução do dossier iraquiano.
"Desastre para a região"
De acordo com as palavras daquele responsável (proferidas em árabe e já validadas por uma série de serviços de tradução), o mundo está a "testemunhar o falhanço do Iraque". "Não é um falhanço apenas para os EUA, mas um desastre para toda a região", considerou. "A história vai julgar o papel dos EUA. Julgo que fizemos o melhor que podíamos, mas acho que há lugar para fortes críticas, porque sem dúvida houve arrogância e estupidez dos EUA no Iraque", declarou.
Fernandez adiantou ainda que os EUA estão dispostos a dialogar com todas as partes envolvidas no conflito iraquiano, à excepção da Al-Qaeda. "Estamos abertos ao diálogo porque todos sabemos que, afinal, a solução para o inferno e as mortes no Iraque depende de uma efectiva reconciliação nacional", disse.
A imprensa britânica noticiou que os americanos mantiveram já uma série de encontros com líderes de grupos de insurrectos, nomeadamente com os dirigentes de algumas das milícias sunitas conhecidas como Exército Islâmico. Essas reuniões, que decorreram na capital jordana, terão servido para as duas partes exporem as suas reivindicações: do lado dos americanos, o fim dos ataques contra os grupos xiitas e as tropas da coligação, por parte dos sunitas, a exigência da libertação de prisioneiros pertencentes ao seu grupo detidos em prisões a cargo dos americanos.
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