Cheney acusa rebeldes
Cheney acusa rebeldes de quererem influenciar voto
Maria João Guimarães
Mais atentados no Iraque com carros-
-bomba; mortos dois militares dos EUA
Dois ataques mataram ontem pelo menos 18 pessoas no Iraque, e o Exército norte-americano anunciou a morte de dois militares, um dia depois de o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, ter afirmado que o aumento dos actos de violência está ligado à proximidade das eleições para o Congresso dos EUA.
O dia ficou ainda marcado pelo anúncio do Governo iraquiano do levantamento dos checkpoints norte-americanos em Sadr City, grande subúrbio xiita a leste de Bagdad. Estes postos de controlo tinham sido montados após o desaparecimento de um soldado dos EUA. Sadr City é o principal bastião do Exército de Mahdi, milícia do líder religioso xiita radical Moqtada al-Sadr, que os sunitas acusam de envolvimento em esquadrões da morte e que os EUA querem ver controladas pelo Executivo chefiado pelo também xiita Al-Maliki.
Horas antes do anúncio do levantamento dos checkpoints, Moqtada al-Sadr ameaçava agir se esses postos não fossem levantados, informou a agência Associated Press. O líder radical não especificou que tipo de acção empreenderia. A manobra foi descrita como sendo uma acção do Governo iraquiano sublinhar a sua autoridade face à Administração Bush. O exército dos EUA começou por referir que desconhecia a ordem e depois que estava a obedecer.
No entanto, fontes próximas de Maliki, citadas pela Reuters, afirmaram que a acção tinha sido coordenada entre Maliki e o embaixador norte-americano em Bagdad, Zalmay Khalilzad. Isto numa altura em que o conselheiro de segurança nacional de Bush, Stephen J. Hadley, visita o país (ver análise ao lado), num sinal evidente da preocupação da Administração Bush com o Iraque, tido já como o factor decisivo nas eleições intercalares de terça-feira próxima.
Em Washington, na segunda-feira, o vice-presidente Dick Cheney constatou uma ligação entre a votação e o aumento dos ataques no Iraque. "Seja a Al-Qaeda ou outros elementos no Iraque (...) eles são sensíveis ao facto de termos uma eleição marcada", afirmou Cheney, citado pela agência Reuters. Mas como não apresentou quaisquer provas, logo os seus críticos o acusaram de estar a querer justificar o fracasso militar nnorte-americano no país.
Raptados e mortos
Ontem, mais de 40 pessoas foram dadas como desaparecidas após terem sido raptadas por homens armados que tinham montado um falso checkpoint a cerca de 30 quilómetros da capital. Os mini-autocarros viajavam entre as localidades xiitas de Balad e Dujail.
Em Bagdad, um bombista suicida lançou o seu carro cheio de explosivos contra um local onde se celebrava um casamento. Causou 15 mortos, incluindo quatro crianças, segundo a polícia, citada pelas agências. A viatura armadilhada apanhou um grupo concentrado junto da casa da noiva, num bairro xiita da capital.
Ainda ontem, outro carro-bomba matou três pessoas e deixou cinco feridos no subúrbio de Sadr City, apesar de os checkpoints do exército dos EUA estarem a funcionar na altura.
Os EUA anunciaram também a morte de dois dos seus militares, o que eleva o total de baixas de Outubro para 103 - o quarto pior mês para as tropas norte-americanas no Iraque.
Um porta-voz do Governo iraquiano disse entretanto que o país precisa de 100 mil milhões de dólares nos próximos quatro a cinco anos para reconstrução de infra-estruturas
Maria João Guimarães
Mais atentados no Iraque com carros-
-bomba; mortos dois militares dos EUA
Dois ataques mataram ontem pelo menos 18 pessoas no Iraque, e o Exército norte-americano anunciou a morte de dois militares, um dia depois de o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, ter afirmado que o aumento dos actos de violência está ligado à proximidade das eleições para o Congresso dos EUA.
O dia ficou ainda marcado pelo anúncio do Governo iraquiano do levantamento dos checkpoints norte-americanos em Sadr City, grande subúrbio xiita a leste de Bagdad. Estes postos de controlo tinham sido montados após o desaparecimento de um soldado dos EUA. Sadr City é o principal bastião do Exército de Mahdi, milícia do líder religioso xiita radical Moqtada al-Sadr, que os sunitas acusam de envolvimento em esquadrões da morte e que os EUA querem ver controladas pelo Executivo chefiado pelo também xiita Al-Maliki.
Horas antes do anúncio do levantamento dos checkpoints, Moqtada al-Sadr ameaçava agir se esses postos não fossem levantados, informou a agência Associated Press. O líder radical não especificou que tipo de acção empreenderia. A manobra foi descrita como sendo uma acção do Governo iraquiano sublinhar a sua autoridade face à Administração Bush. O exército dos EUA começou por referir que desconhecia a ordem e depois que estava a obedecer.
No entanto, fontes próximas de Maliki, citadas pela Reuters, afirmaram que a acção tinha sido coordenada entre Maliki e o embaixador norte-americano em Bagdad, Zalmay Khalilzad. Isto numa altura em que o conselheiro de segurança nacional de Bush, Stephen J. Hadley, visita o país (ver análise ao lado), num sinal evidente da preocupação da Administração Bush com o Iraque, tido já como o factor decisivo nas eleições intercalares de terça-feira próxima.
Em Washington, na segunda-feira, o vice-presidente Dick Cheney constatou uma ligação entre a votação e o aumento dos ataques no Iraque. "Seja a Al-Qaeda ou outros elementos no Iraque (...) eles são sensíveis ao facto de termos uma eleição marcada", afirmou Cheney, citado pela agência Reuters. Mas como não apresentou quaisquer provas, logo os seus críticos o acusaram de estar a querer justificar o fracasso militar nnorte-americano no país.
Raptados e mortos
Ontem, mais de 40 pessoas foram dadas como desaparecidas após terem sido raptadas por homens armados que tinham montado um falso checkpoint a cerca de 30 quilómetros da capital. Os mini-autocarros viajavam entre as localidades xiitas de Balad e Dujail.
Em Bagdad, um bombista suicida lançou o seu carro cheio de explosivos contra um local onde se celebrava um casamento. Causou 15 mortos, incluindo quatro crianças, segundo a polícia, citada pelas agências. A viatura armadilhada apanhou um grupo concentrado junto da casa da noiva, num bairro xiita da capital.
Ainda ontem, outro carro-bomba matou três pessoas e deixou cinco feridos no subúrbio de Sadr City, apesar de os checkpoints do exército dos EUA estarem a funcionar na altura.
Os EUA anunciaram também a morte de dois dos seus militares, o que eleva o total de baixas de Outubro para 103 - o quarto pior mês para as tropas norte-americanas no Iraque.
Um porta-voz do Governo iraquiano disse entretanto que o país precisa de 100 mil milhões de dólares nos próximos quatro a cinco anos para reconstrução de infra-estruturas
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