O Público noticiou
Assassinada uma das mais críticas jornalistas russas
Já tinha sido presa e alvo de envenenamento. Anna Politkovskaia
foi morta a tiro no seu apartamento
Mikhail Gorbachev descreveu o seu assassínio como "um crime" contra a Rússia. Outros preferiram sublinhar que se trata de "uma tragédia para a Tchetchénia" ou "um golpe no jornalismo". Anna Politkovskaia, 48 anos, jornalista perseguida e premiada, crítica das políticas do Kremlin e uma das poucas a cobrir de forma sistemática a segunda guerra na Tchetchénia, desde 1999, foi morta ontem a tiro no seu apartamento em Moscovo.
Os procuradores anunciaram uma investigação de homicídio e estava a ser feito um retrato do alegado atacante a partir de imagens da câmara de vigilância do edifício onde a repórter morava. Uma pistola e quatro balas foram encontradas junto ao corpo. Segundo a agência RIA-Novosti, foi atingida com dois disparos.
"A primeira coisa que ocorre é que Anna tenha sido morta pelas suas actividades profissionais. Não vemos outro motivo para este terrível crime", comentou Vitali Iaroshevski, editor adjunto do jornal Novaia Gazeta, onde amanhã era esperado mais um artigo de Politkovskaia sobre tortura na Tchetchénia e em cujas páginas denunciou os abusos das forças governamentais contra civis e as garantias de normalização na região dadas pelo Presidente Vladimir Putin.
"Era uma heroína para muitos de nós e vamos sentir a sua falta, mas também da informação que só ela era corajosa e dedicada o suficiente para trazer a público. Não tenho a certeza se essa perda alguma vez será substituída", disse à AP Joel Simon, director do Comité para Proteger Jornalistas, de Nova Iorque.
Entre 1996 e 2005, pelo menos 23 repórteres foram mortos no país, muitos na Tchetchénia. E segundo Simons, pelo menos 12 em assassínios "por contrato" desde que Putin chegou ao poder, "nenhum adequadamente investigado".
Nascida em Nova Iorque, filha de diplomatas da Ucrânia soviética, Politkovskaia estudou na Universidade de Moscovo e começou por trabalhar em media estatais. Depois do colapso da URSS, passou a escrever nos jornais independentes que tinham surgido sob a governação de Gorbachev. O ex-presidente soviético, accionista do Novaia Gazeta, referiu-se à morte de Politkovskaia como "um golpe para toda a imprensa democrática" e "um grave crime contra o país, contra todos nós".
"Parecia intocável"
"Quando se coloca a questão de saber se há jornalismo honesto na Rússia, quase sempre o primeiro nome que surge é Politkovskaia", disse ontem Oleg Panfilov, director do Centro para Jornalismo em Situações Extremas, sedeado em Moscovo. "Sempre pensei que alguma coisa aconteceria a Anna, acima de tudo por causa da Tchetchénia", acrescentou, em declarações à AP.
Premiada no estrangeiro pela cobertura da guerra tchetchena, Politkovskaia publicou vários livros, incluindo Viagem ao Inferno ou o mais recente A Rússia Segundo Putin. Em 2001 passou meses em Viena para fugir de ameaças e no mesmo ano esteve presa vários dias por forças russas na Tchetchénia; em 2004, durante a tomada de reféns na escola de Beslan, foi alvo de uma tentativa de envenenamento.
"Ela escreveu tantas coisas que a colocaram em perigo e tornou-se tão conhecida nos últimos anos que parecia ser intocável. Para a Tchetchénia é uma grande tragédia", afirmou à AFP Tatiana Lokchina, directora da ONG Demos e responsável por relatórios sobre os abusos no território. S.L
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Já tinha sido presa e alvo de envenenamento. Anna Politkovskaia
foi morta a tiro no seu apartamento
Mikhail Gorbachev descreveu o seu assassínio como "um crime" contra a Rússia. Outros preferiram sublinhar que se trata de "uma tragédia para a Tchetchénia" ou "um golpe no jornalismo". Anna Politkovskaia, 48 anos, jornalista perseguida e premiada, crítica das políticas do Kremlin e uma das poucas a cobrir de forma sistemática a segunda guerra na Tchetchénia, desde 1999, foi morta ontem a tiro no seu apartamento em Moscovo.
Os procuradores anunciaram uma investigação de homicídio e estava a ser feito um retrato do alegado atacante a partir de imagens da câmara de vigilância do edifício onde a repórter morava. Uma pistola e quatro balas foram encontradas junto ao corpo. Segundo a agência RIA-Novosti, foi atingida com dois disparos.
"A primeira coisa que ocorre é que Anna tenha sido morta pelas suas actividades profissionais. Não vemos outro motivo para este terrível crime", comentou Vitali Iaroshevski, editor adjunto do jornal Novaia Gazeta, onde amanhã era esperado mais um artigo de Politkovskaia sobre tortura na Tchetchénia e em cujas páginas denunciou os abusos das forças governamentais contra civis e as garantias de normalização na região dadas pelo Presidente Vladimir Putin.
"Era uma heroína para muitos de nós e vamos sentir a sua falta, mas também da informação que só ela era corajosa e dedicada o suficiente para trazer a público. Não tenho a certeza se essa perda alguma vez será substituída", disse à AP Joel Simon, director do Comité para Proteger Jornalistas, de Nova Iorque.
Entre 1996 e 2005, pelo menos 23 repórteres foram mortos no país, muitos na Tchetchénia. E segundo Simons, pelo menos 12 em assassínios "por contrato" desde que Putin chegou ao poder, "nenhum adequadamente investigado".
Nascida em Nova Iorque, filha de diplomatas da Ucrânia soviética, Politkovskaia estudou na Universidade de Moscovo e começou por trabalhar em media estatais. Depois do colapso da URSS, passou a escrever nos jornais independentes que tinham surgido sob a governação de Gorbachev. O ex-presidente soviético, accionista do Novaia Gazeta, referiu-se à morte de Politkovskaia como "um golpe para toda a imprensa democrática" e "um grave crime contra o país, contra todos nós".
"Parecia intocável"
"Quando se coloca a questão de saber se há jornalismo honesto na Rússia, quase sempre o primeiro nome que surge é Politkovskaia", disse ontem Oleg Panfilov, director do Centro para Jornalismo em Situações Extremas, sedeado em Moscovo. "Sempre pensei que alguma coisa aconteceria a Anna, acima de tudo por causa da Tchetchénia", acrescentou, em declarações à AP.
Premiada no estrangeiro pela cobertura da guerra tchetchena, Politkovskaia publicou vários livros, incluindo Viagem ao Inferno ou o mais recente A Rússia Segundo Putin. Em 2001 passou meses em Viena para fugir de ameaças e no mesmo ano esteve presa vários dias por forças russas na Tchetchénia; em 2004, durante a tomada de reféns na escola de Beslan, foi alvo de uma tentativa de envenenamento.
"Ela escreveu tantas coisas que a colocaram em perigo e tornou-se tão conhecida nos últimos anos que parecia ser intocável. Para a Tchetchénia é uma grande tragédia", afirmou à AFP Tatiana Lokchina, directora da ONG Demos e responsável por relatórios sobre os abusos no território. S.L
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